O Projeto Rios Voadores pesquisa, por meio da análise de amostras de vapor de água coletadas em um pequeno monomotor, as massas de ar que provêm da Amazônia trazendo umidade para outras regiões do Brasil. Essas massas de ar são conhecidas hoje como rios voadores.
Há três décadas, cientistas brasileiros, começando com o Prof. Enéas Salati, reconhecem e estudam os rios voadores, mas só agora, no século 21, é que nasceu uma ideia com asas para tentar aprofundar o conhecimento sobre o fenômeno. (Mais informações sobre o fenômeno dos rios voadores)
Estudos recentes têm mostrado uma ligação significativa entre o sistema climático amazônico e aquele sobre a bacia do Prata. Poucos pessoas conhecem a existência do transporte do vapor d’água por massas de ar que aqui estamos chamando de rios voadores. O volume de vapor de água transportado por esses rios voadores pode ser até maior que a vazão de todos os rios do centro-oeste e ter a mesma ordem de grandeza da vazão do rio Amazonas (200.000 m3/s).
O projeto, idealizado em decorrência de longas conversas que começaram em Manaus em 2006 entre Gérard Moss e o Prof. Antonio Donato Nobre, e com a subsequente colaboração do Prof. Salati, busca identificar a origem do vapor de água transportado pelas massas de ar vindos da Amazônia e quantificar o papel da evapotranspiração da floresta amazônica nas chuvas que caem nas regiões mais ao sul.
Na primeira fase do projeto, realizada entre 2007-2009, foram coletadas 500 amostras de vapor de água de várias regiões do Brasil, principalmente da Amazônia. Estas amostras foram analisadas pelo CENA (Centro de Energia Nuclear na Agricultura) da USP, Piracicaba, SP.
Na segunda fase (2010-2012), que contou novamente com o patrocínio do Programa Petrobras Ambiental, foi possível avançar nos estudos, interligando os resultados das análises com as condições meteorológicas regentes na hora da coleta. Foi um trabalho complexo e a melhor forma encontrada para avançar nas pesquisas foi justamente unindo forças. A análise das amostras de água no CENA era estudado com a forte colaboração da equipe no CPTec.
A segunda fase também deu ênfase à educação. Foram escolhidas inicialmente seis cidades-chave ao longo da rota dos rios voadores: Brasília (DF), Chapecó (SC), Cuiabá (MT), Londrina (PR), Ribeirão Preto (SP) e Uberlândia (MG). Nestas cidades, uma iniciativa do projeto, reforçado por parcerias com autoridades locais, conseguiu inserir uma aula sobre os rios voadores em escolas municipais e estaduais da rede pública, através de oficinas de treinamento dos professores e fornecimento de material didático.
A partir de julho de 2012, com uma nova extensão de um ano da parte educacional do projeto, foram escolhidas mais cinco cidades também localizadas na rota dos rios voadores:Campo Grande (MS), Goiânia (GO), Porto Velho (Rondônia), Rio Branco (Acre) e Santa Maria (RS). Dessa forma, tivemos 11 cidades envolvidas na ação de educação ambiental, recebendo as oficinas para professores e material educacional do projeto.
A expedição Rios Voadores faz parte do Brasil das Águas, projeto que, desde 2003, busca chamar a atenção do público para a saúde dos rios brasileiros.
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